quarta-feira, 27 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Mais uma tentativa
Ontem, tivemos mais uma tentativa e voltou a não correr bem!
Mais uma vez fomos ao teatro, desta vez até era uma espécie de revista, uma coisa alegre (talvez com muitos gritos, sei lá) e a miúda voltou a espernear, tremer, berrar e subir por mim como se o mundo estivesse a acabar.
Não sei o que hei de fazer com a minha S. e com esta aversão ao teatro.
Mais uma vez fomos ao teatro, desta vez até era uma espécie de revista, uma coisa alegre (talvez com muitos gritos, sei lá) e a miúda voltou a espernear, tremer, berrar e subir por mim como se o mundo estivesse a acabar.
Não sei o que hei de fazer com a minha S. e com esta aversão ao teatro.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Sobre o ensino do português - soberbo
Encontrei este texto aqui e achei soberbo.
Teolinda Gersão
Escritora
Tempo de exames no secundário, os meus
netos pedem-me ajuda para estudar português. Divertimo-nos
imenso,confesso. E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam
de escrever. As palavras são minhas,mas as ideias são todas deles.
Aqui ficam,e espero que vocês também se
divirtam. E depois de rirmos espero que nós, adultos, façamos alguma
coisa para libertar as crianças disto.
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase
toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se
importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada,
até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por
exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em
casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo
do sujeito. “O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do
sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma
característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a
setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e
agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos
circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas
agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”.
Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento
oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que
há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por
exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e
indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os
verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por
exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter
aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos,
perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver
coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o
modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador
apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções
contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu
disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo
existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela
conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não
foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação
apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade
negativa.
No ano passado, se disséssemos “A
rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela”
era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que
continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no
espaço?
A professora também anda aflita. Pelo
vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se
agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma
que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode
dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma
chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em
português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar
até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho
demasiado parvas. Por exemplo,o que acham de adjectivalização deverbal e
deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico,
classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia,
hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e
deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto,
hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas
textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de
decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por
palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes
palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem
para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a
começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar
erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para
eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os
olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou :
a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que
já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também
os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas,
parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não
se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de
novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear.
Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler,
detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre
temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só
agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de
qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção –
agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e
que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem
tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e
nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito
burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do
tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos.
Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos
trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não
sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a
gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a
tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra,
enfiei-a no predicativo do sujeito.
João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática).
sábado, 9 de junho de 2012
Uma fatia de pizza
Hoje, com 2 anos e 9 meses, as minhas feijocas comeram pela primeira vez uma fatia de pizza.
Bem, "fatia" talvez não seja o termo indicado, foi mais uma lasca do que outra coisa, afinal tinha cerca de 1 cm de largura por 5 cm de comprimento.
Bem, "fatia" talvez não seja o termo indicado, foi mais uma lasca do que outra coisa, afinal tinha cerca de 1 cm de largura por 5 cm de comprimento.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Imagens que marcam
As horas de sono são reduzidas desde há duas semanas, não só por esta virose-amigdalite maluca que primeiro as levava aos 40º de febre e agora as deixa na casa dos 34º, como também porque existe a correção de testes e fichas e afins.
Ontem, adormeci para cima das fichas. Acordei à 1h30. Olhei para os papéis à minha volta, vi as horas e decidi desligar o computador, estava de rastos e o melhor era ir para a cama. Depois de arrumar tudo, levantei-me da cadeira e vejo a minha I. em pé, junto do sofá a chuchar o dedo e a olhar para mim... assim, sozinha, como que abandonada, com um olhar triste. Corri para ela, perguntei-lhe se já ali estava há muito tempo. Disse-me que sim com a cabeça. Perguntei-lhe se tinha visto que eu estava a dormir. Não respondeu.
Continuo com o coração apertado. Não sei quanto tempo ela ali esteve, não sei se efetivamente me viu a dormir ou não e se, por isso mesmo, percebeu ou não que eu não dei conta da sua presença, ou se simplesmente pensa que eu estava a trabalhar e nem liguei nenhuma à sua pessoa.
Não me vou esquecer desta imagem. E dói.
Ontem, adormeci para cima das fichas. Acordei à 1h30. Olhei para os papéis à minha volta, vi as horas e decidi desligar o computador, estava de rastos e o melhor era ir para a cama. Depois de arrumar tudo, levantei-me da cadeira e vejo a minha I. em pé, junto do sofá a chuchar o dedo e a olhar para mim... assim, sozinha, como que abandonada, com um olhar triste. Corri para ela, perguntei-lhe se já ali estava há muito tempo. Disse-me que sim com a cabeça. Perguntei-lhe se tinha visto que eu estava a dormir. Não respondeu.
Continuo com o coração apertado. Não sei quanto tempo ela ali esteve, não sei se efetivamente me viu a dormir ou não e se, por isso mesmo, percebeu ou não que eu não dei conta da sua presença, ou se simplesmente pensa que eu estava a trabalhar e nem liguei nenhuma à sua pessoa.
Não me vou esquecer desta imagem. E dói.
