domingo, 28 de dezembro de 2014

Erva daninha

A erva daninha cresce em qualquer lado. Podemos arrancá-la, retirar até a raiz, mas a verdade é que ela acaba sempre por surgir nos mais ínfimos espaços e de repente... sem anunciar... sem nada o prever.


A erva daninha está sempre lá. Por vezes parece extinta, porém basta um mover de olhos, o tempo de pestanejar, e ela mostra-se em todo o seu esplendor, ocupando o espaço vazio.


... até o cabelo ser anil...

Joana Cato

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Florbela Espanca - 8 de dezembro de 1894 - 8 de dezembro de 1930


MendigaNa vida nada tenho e nada sou; 
Eu ando a mendigar pelas estradas... 
No silêncio das noites estreladas 
Caminho, sem saber para onde vou! 

Tinha o manto do sol... quem mo roubou?! 
Quem pisou minhas rosas desfolhadas?! 
Quem foi que sobre as ondas revoltadas 
A minha taça de oiro espedaçou?! 

Agora vou andando e mendigando, 
Sem que um olhar dos mundos infinitos 
Veja passar o verme, rastejando... 

Ah, quem me dera ser como os chacais 
Uivando os brados, rouquejando os gritos 
Na solidão dos ermos matagais!... 

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Óculos

É oficial.
A minha I. começou, ontem, a usar óculos para ver televisão e fazer os seus trabalhos de escrita/desenho!










Nota - Não tenho conseguido sequer respirar... há tantas palavras presas e falta de minutos para lhes dar vida...