quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

6 meses

Hoje as minhas feijoquinhas fazem 6 meses!!! É inacreditável como o tempo passa! 6 meses! Parece que ainda ontem estava grávida... que grande reviravolta a minha vida deu neste último ano. Quem diria!

Com seis meses as princesas já comem sopa, aliás já o fazem há uns diazitos. Hoje a coisa até nem correu muito mal. O pescoço ficou mais ou menos limpo, as orelhas não comeram sopa e os olhos também não, mas, claro, o nariz, a cara e as mãos continuam a devorar a sopinha, a boca é que nem sempre quer. Estas miúdas ainda não perceberam muito bem que a sopa é para ir para a boca e ser engolida. Enfim, melhores dias virão (aliás, tenho que ser verdadeira, isto agora até já está muito bem, tendo em conta os três primeiros dias!).
Eu pensava que quando iniciasse a sopa iria ter mais tempo, já que não teria que ir para a bomba, mas afinal nem por isso - pô-las nas cadeiras, dar a sopa e fruta a uma e depois à outra, despi-las, lavá-las e vesti-las outra vez, temos demorado aproximadamente duas horas, não está mal.
Aqui ficam as provas do crime.


S.

I.

Quase nos 35!

O meu querido faz anos na 6ªfeira e ontem e hoje lá fui eu com as minhas feijocas em busca do presente perdido!
Como não lhe posso comprar a casa de um milhão, que ele tanto deseja, parece-me que vai ter que se contentar com um perfume, um decantador, um cd e um livro.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Actualização dos 5 meses e meio (quase 6)

I - 7 kg ; 65,5 cm
S - 7,040 kg ; 65 cm

Percentil 50

E amanhã vamos, finalmente, experimentar a SOPINHA!!! (isto se me conseguir despachar das vacinas para fazer a sopa comestível e a horas).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Assalto ao guarda-roupa

Hoje foi dia de assalto ao guarda-roupa do meu querido!
... pois que nada me serve,
... pois que estes quilos nunca mais vão ao ar...
... pois que também não tenho fechado a boca e assim não há meio dos quilos se irem embora...
... pois que descobri que as calças do meu querido me servem "que nem ginjas"...
... pois que já tenho umas calcinhas lindas vestidas e vou herdar outras que adoro...
... e é assim, já que não os consigo vencer, junto-me a eles (aos quilos, entenda-se) (sim, quando acabar de dar de mamar vou colocar um cinto de castidade nesta boca-maldita que está sempre pronta a comer tudo o que vê-sente-imagina...).

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Qualquer dia estamos assim (...se é que já não estamos camufladamente...)

Apesar de estar em espanhol, decidi publicá-lo pela verdade que ele contém!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cavaleiros do Apocalipse

Tenho saudades dos Cavaleiros do Apocalipse: Nãnã, Riri, Lili e eu - o quarteto maravilha!
Tenho saudades das loucuras no Bairro Alto, das conversas até tarde, da partilha, da energia que emanava de cada um de nós, dos regressos no primeiro comboio da manhã, dos B'52, dos TGV, dos Afrodisíacos Alentejanos, do Absinto, do Cena de Copos, do Keops, do Gingão.
Tenho saudades de todos e de mim.

Quero o bolo inteiro e não apenas migalhas

Será que isto é um defeito?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Govinda Shakti

Hoje foi a inauguração da Govinda Shakti - artes e terapias! É um espaço que aconselho vivamente! Respira-se paz e tranquilidade. Há de "tudo" um pouco: estética, massagens, reiki, workshops de culinária vegetariana, exposições de arte, aulas de yoga, dança terapeutica, etc, etc, etc.
Aqui fica o site: www.govindashakti.com
Vale a pena!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Mais um adeus...


A escritora, letrista e actriz Rosa Lobato Faria, morreu dia 2, aos 77 anos. Foi colaboradora (dizendo poesias) de David Mourão-Ferreira em programas literários da televisão. Autora, entre outros, dos romances Flor do Sal, A Trança de Inês, Romance de Cordélia, O Prenúncio das Águas, e mais recentemente A Estrela de Gonçalo Enes.

Autobiografia (publicada no JL há dois anos)

Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.
Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom. Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.
E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).
Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.
Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.
Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.
Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves. Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).
Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.
Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.
Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).
Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.
Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.
Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.
Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo. Encontramo-nos no meu próximo romance.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Resoluções

Gostava que a vida não te fizesse passar por tudo isto.
Gostava de te poder dizer que o futuro com ele ainda pode ser risonho.
Gostava de ficar calada mais vezes, quem sabe, porque as minhas palavras por vezes magoam e mesmo quando fico em silêncio o meu olhar diz aquilo que penso, ferindo-te ainda mais.
Gostava que tivesses força suficiente para dizer "Basta", para colocar um ponto final nesta situação que se arrasta há tantos anos e que te faz sofrer.
Gostava de lhe dizer umas verdades e o mandar à merda.
Gostava de ter o poder de mudar a tua vida, de te dar luz e paz.
Gostava que não vivesses assim.
Gostava que fosses feliz!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Burra de carga

O lixo estava ali há dois dias e eu já nem o podia ver, resultado, hoje, quando saí com as minhas feijocas, decidi agarrar numa mochila (tipo aquelas da tropa em tubo) e colocá-lo lá dentro (um saco de lixo, um saco cheio de fraldas mal cheirosas, um saco com a cinza da lareira e dois sacos para o ecoponto amarelo, todos eles bem cheios!).
A minha figurinha merecia uma fotografia - de mochila às costas (com os sacos do lixo a espreitarem para fora, tal era a quantidade e o peso!), mala a tiracolo, saco das feijocas ao ombro e em cada mão as feijocas dentro dos ovos. Só faltava levar uma cesta à cabeça para completar o figurino!
O lixo é que não podia ficar ali nem mais um minuto!
Estou a descobrir que afinal consigo fazer (ainda) mais coisas do que julgava.


P.S. - Sim, claro, as minhas dores nas costas estão ainda piores! É que não satisfeita com esta tareia, estive há pouco a passar a ferro durante hora e meia depois de ter andado com as espreguiçadeias das miúdas do quarto para a sala, da sala para o quarto e depois do quarto para a cozinha e da cozinha para o quarto! Ufa!