terça-feira, 30 de novembro de 2010
A crise e as luzes de Natal
Acho piada. É. Acho piada.
Ah e tal estamos em crise, temos que fazer cortes orçamentais e mais isto e mais aquilo, mas as luzes de Natal já estão por aí, aliás, estão por todo o lado. Pelos vistos as autarquias nem por isso estão a fazer cortes nos balúrdios que gastam nas luzes de Natal. E são balúrdios mesmo!
Acho piada. É. Acho piada.
sábado, 27 de novembro de 2010
Compras de natal
Tenho dito.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Desde há 15 meses
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Da exigência
A exigência é objectiva e inimiga do vago.
A exigência é explícita e inimiga do implícito.
Quando nos pedem exigência não podemos a seguir tentar descortinar qual o pensamento ou afirmação que se esconde por detrás de um emaranhado de palavras. A clareza destas tem que ser evidente, tem que saltar do texto, tem que responder à questão sem a mínima hipótese de dúvida.
Quando damos demasiada voz àqueles que deviam murmurar apenas, a exigência torna-se teórica, ilusória, utópica.
Nota - Tinha uma colega que dizia "Quanto mais nos baixamos, mais se nos vê o rabo.". Tinha tanta razão, aliás como em tanta coisa tinha razão. Se não soubermos recuar já, entramos num caminho tão tortuoso e enganador que quando chegarmos ao fim estaremos no fundo do abismo sem hipótese de regressar ao topo.
sábado, 20 de novembro de 2010
2 semanas - record
É verdade que na 4ª-feira da primeira semana fui chamada porque a I estava com febre, mas miraculosamente passou.
Esta semana... bem, na verdade, desde 4ª-feira que ando à espera que a S tenha febre e, como tenho poderes adivinhatórios, estabeleci como limite 6ª -feira ou sábado e hoje a senhora febre bateu-nos à porta.
Parece-me que estamos mais uma vez com bronquiolite. Amanhã vou ao Hospital, ai vou, vou.
Nota de muita importância - a S já anda! Parece um robot ou um pinguim, mas anda!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Sufoco
Não consigo estar ali dentro. As conversas. As posturas. Os ares. Os sofás-de-sala-de-espera-de-consultório. Os-livros-laranja. As gavetas. As pessoas. Os risos. Os sorrisos. O passar a perna. O traçar de perna. Os computadores. A tralha em cima das mesas. O placard cheio. As palavras-soltas-ouvidas. O corte. A costura. O murmúrio surdo. O comentário para o lado. A pressa. A lentidão. O mostrar-se. O julgamento. Os olhares. Os pensamentos.
E em mim tudo grita por socorro.
E em mim tudo se cala porque tem-que-se-ser.
E em mim tudo cansa, tudo passa, ficando.
Eu só queria ser invisível.
Eu só queria sair daqui.
E o que faço - NADA.
Quem tem culpa - EU.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Diz Padre António Vieira
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Parabéns, Saramago.
Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago…
Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico.
Mais tarde, a Biblioteca Municipal das Galveias foi a minha Universidade.
José Saramago
Tenho vontade de assassinar saudades de...
... beber um copo com os amigos e ter conversas boas.
... rir como se não houvesse amanhã.
... encarnar uma personagem diferente.
... dar e receber.
... ler um bom livro e respirar com ele.
... andar sem malas, malinhas e maletas.
... olhar para o vago sem pensar nada.
... dormir uma noite seguida sem sobressaltos.
... esquecer que o termómetro existe.
... ter um dia para mim, sem nada nem ninguém.
... descansar.
... sentar-me no sofá a ver televisão, um filme, a publicidade, o que for... eu até nem gosto disto, mas até disto tenho saudades.
... ti, e de ti, e de ti.
... mim.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Mais uma do Mestre
Talvez isto é que seja o destino, sabermos o que vai acontecer, sabermos que não há nada que o possa evitar, e ficarmos quietos, olhando, como puros observadores do espectáculo do mundo.
In O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago, Ed. Caminho, 14.ª ed., p. 396
Pelos vistos sou rica!
... mas já agora, será que a digníssima Segurança Social me pode dizer onde é que está a minha riqueza? É que me dava algum jeito, sim, dava, ai dava, dava. Agradecida.