quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

2011 - Ano ímpar

Gosto dos números ímpares. Sempre gostei e sempre acreditei mais neles, por isso quero acreditar que 2011 vai ser um bom ano.
A minha contagem decrescente já começou, aliás, começou há muito. Este é o tempo de reflexão, de balanços, de pesar os acontecimentos passados, ponderar o presente e tomar resoluções para o futuro. Não me refiro àquelas do tipo "Em 2011 vou deixar de fumar!", não, essas caem sempre no esquecimento, refiro-me àquelas decisões interiores profundas, aquelas que nem conseguimos verbalizar, aquelas que quando são ditas não há retorno... e há tantas que ganham forma...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Rescaldo

Ora, como a S. já está melhor (apesar da tosse ter voltado ontem em grande estilo), a I. está com febre desde ontem e hoje o papá foi para a Urgência Básica igualmente com febre, arrepios de frio, etc, etc, etc.
Isto está bom, está.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Da falta de civismo


Todos os anos é a mesma coisa, as pessoas borrifam-se, querem livrar-se do lixo que têm em suas casas - os despojos da noite de Natal - e zás, toca a pôr os sacos de qualquer maneira nos contentores que transbordam e transbordam e transbordam. São autênticas instalações de arte que vemos nas nossas ruas por esta altura. É digno de se ver, sem dúvida nenhuma.

O meu lixo? Está cá em casa - sacos de lixo, caixotes, papel de embrulho, mais caixotes, mais papel de embrulho, etc, etc, etc.
Quando é que me livro desta lixarada toda? Quando os contentores estiverem vazios.
Se gosto de ter a casa cheia de lixo? Não, mas o que é que se pode fazer? Não vou compactuar com a falta de civismo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Num minuto

Há momentos em que a viúva se abate sobre mim. Hoje foi um desses dias. Quando a morte chega antes de tempo e revemos num minuto o que vivemos a dor volta e fica tudo presente outra vez.

Serra

(A propósito de uma situação similar numa reunião tida hoje.)



O mundo ao contrário

Parece-me que as minhas feijocas estão com um problema grave! Pelos vistos, gostam as duas de ver o mundo ao contrário, a S. adora ver os livros ao contrário e a I. gosta de tentar fazer o pino (põe a cabeça virada para baixo e o rabo para o ar e ri-se imenso!!!).
Só para elas aqui fica a música dos Xutos e Pontapés dedicada a esta particularidade.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lições de vida

Dezembro 23, 2010 por Fundação José Saramago

A educação preocupa-me muitíssimo, sobretudo porque é um problema muito evidente, claro e transparente e ninguém faz nada a este respeito. Confundiu-se a instrução com a educação durante muitos anos e agora estamos a pagar as consequências. Instruir é transmitir dados e conhecimentos. Educar é outra coisa, é transmitir valores [...] Há décadas, o que havia era um Ministério da Instrução Pública, não da Educação. A educação era outra coisa. Se para ser educado tivesse que ter sido instruído previamente, eu seria uma das criatura mais ignorantes do mundo. Os meus familiares eram analfabetos, como me iriam instruir? É impossível. Mas sim, educaram-me, sim, transmitiram-me os valores básicos e fundamentais. Vivia numa casa paupérrima e saí dali educado. Milagre? Não, não há nenhum milagre. Aprendi a vida e a lição dos mais velhos quando nem eles mesmos sabiam que me estavam a dar lições.

“Vivimos en una sociedad que carece de educación”, Canarias 7, Las Palmas de Gran Canaria, 4 de Fevereiro de 2007
In José Saramago nas Suas Palavras

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mais uma ida ao hospital

"Estou em crer" (ainda não decidi se gosto ou não desta expressão) que as miúdas gostam do passeio até ao hospital, afinal, semana sim, semana sim vou lá com uma. É uma maravilha. E hoje ainda ouvi um ralhete da médica que achou que eu devia ter feito aerossóis à miúda com Ventilan e eu não fiz porque me parece que não sou médica e não tenho nada que automedicar as minhas filhas!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mais medo, muito medo!

E não é que ontem à noite eles acabaram e hoje uma colega minha decidiu presentear-me com uma caixinha linda?
Resultado, às 10h da manhã comi o meu primeiro Raffaello do dia! (... e por esta hora já perdi a conta aos que comi!)

Natal Digital

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Medo, muito medo


Os Raffaello chegaram cá a casa!
Medo, muito medo...

...

... depois há dias em que o coração bate e sabemos que no alto há comunicação e que se tudo correr bem ela se materializará...
... depois o telefone toca e não conseguimos atender, mas sabemos que é importante e mesmo sem conhecermos a origem, respondemos de volta...
... depois ouvimos e temos a certeza de que há coisas que nos transcendem, que sempre existiram e que permanecerão...

Joana Cato

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

...


Há vinte anos que este dia é sempre lembrado. Há vinte anos que a voz tenta fazer-se ouvir. Há vinte anos que existes, que pairas sempre no ar. Há vinte anos de paralelas, intersecções, cruzamentos, perpendiculares, rotundas, distância, kilómetros, proximidade. Há vinte anos de revelações. Há vinte anos de silêncios.
Joana Cato

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A arder

Durante todo o dia, o mínimo que a minha I. teve foi 37,9º. Nem o Brufen está a fazer efeito. Ora está a arder e tenho que a despir, ora está a tremer de frio, com as mãos e pés gelados e a boca roxa, e tenho que a aquecer. Hoje chegou aos 40,2º.
Isto é horrível.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Florbela Espanca (1894-1930)


Versos de orgulho

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.

Porque o meu Reino fica para além ...
Porque trago no olhar os vastos céus
E os oiros e clarões são todos meus!
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!

O mundo? O que é o mundo, ó meu Amor?
O jardim dos meus versos todo em flor ...
A seara dos teus beijos, pão bendito ...

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços ...
São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito.

Florbela Espanca


Hoje é um dia especial. Faz 116 anos do seu nascimento e 80 da sua morte. Até na morte ela soube fazer bem.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

1 mês

Só para dizer que as minhas feijocas há um mês que não faltam ao infantário! Ainda nem acredito! (Sim, mas entretanto existiram umas constipações e febres à noite e uma otite, para variar).

Notinha sem a mínima importância - A minha S. hoje levou com uma dentada na cara que até dói! Ossos do ofício, quem é que a manda andar sempre onde há confusão e meter-se com todos?! Neste momento é apelidada de "desafiadora" pelas auxiliares e educadora. Está bonito, está, não haja dúvida. Ai Deus, dai-me forças!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

D.E.X.T.E.R.

Vi-te no rosto daquele que não via há vinte anos.
Vi todos os momentos, todas as conversas, todas as loucuras, todas as partilhas.
Vi a tua cara riscada com caneta após o regresso no primeiro comboio da manhã.
Vi todos os copos que bebemos, todas as celebrações e promessas que fizemos.
Vi-te sentado no chão do meu quarto a chorar, a sofrer, a rir, a viver.
E tive saudades desses tempos.
E tenho saudades desses tempos.
Onde te perdeste?
Onde nos perdemos?
Ligo o rádio. Ouço The Cure. Nada mais apropriado. Nada mais nosso naquele tempo.
Should I stay or should I go surge a seguir, mais uma no rol daquelas que dançávamos freneticamente na nossa incógnita existência.

Um dia voltar-nos-emos a cruzar, meu irmão-de-outrora.

?

Sinto-me traidora de mim mesma. Traidora daquilo que aconselho, do que defendo, do que professo. Traidora por não ter coragem, por não conseguir ir mais além, por permanecer. Depois penso que talvez seja exigente de mais... mas imediatamente vejo que o problema foi e é a condescendência passada. Páro, escuto o coração e ele não se manifesta, persiste em estar calado às minhas súplicas e eu vou ficando.



Até quando?











A iminência do fim é inevitável.