terça-feira, 28 de junho de 2011
Fogueiras. quermesse e datas que não se esquecem
Que saudades da alegria e inocência desse tempo.
Há alguns anos atrás, acordei com a notícia da tua morte e sofri e penalizei-me por não te ter conseguido mostrar que te podias orgulhar de mim. Para sempre ficaram e permanecerão as palavras nas manhãs alentejanas "Vai lavar os dentes à burra!" com que nos acordavas.
Há uns anos atrás, exactamante no dia a seguir a "há alguns anos atrás", soube da notícia destruidora, que me obrigou a ganhar um Óscar de melhor actriz na vida real e que me trouxe até aqui.
Há datas que fundem o sentir. Há datas que não se esquecem.
domingo, 26 de junho de 2011
Morte anunciada
Há coisas que se anunciam.
Há coisas que não queremos ver.
Há coisas que se mostram visivelmente-invisíveis.
Há caminhos que não têm retrocesso.
Há tempestades que vêm após as bonanças.
Há gotas que transbordam os copos.
Há situações que nos cercam.
Há mal-entendidos.
Há silêncios que não se calam.
Há palavras que se silenciam.
Há uma morte anunciada.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Sozinhos
Já não me lembrava da paz, silêncio, tranquilidade...
Já não sabia o que era poder estar na praia só, mar, areia, sol, soneca, banhos, almoço à beira mar, ouvir o mar, trocar carinho, as conversas alheias, calmaria.
Não há mais pontes por aí, não?
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Fim do ano lectivo
terça-feira, 21 de junho de 2011
Nem de propósito
Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in Último Volume
Um dia
Sonha-se, deseja-se, quer-se, mas no minuto o sentimento que se instala é um misto de asco e ardor. Por vezes, o último só acontece pelo hábito de o sentir, e o primeiro é que urge, é o real. E depois a confusão instala-se mais uma vez e não sei já o que sinto ou penso, não sei se é a cabeça a comandar o coração, se este se deixa enganar, ou se ele continua a ditar as regras.
Há algo que chama, que continua a chamar como outrora, mas quando estou parece que a outra força me impele e me arrasta daqui para fora, e sinto asco, e nojo, e arrepios só de pensar no toque-passado-e-possível-futuro(-que-não-existirá) que julgas fácil.
Vinte anos. Deixei de ser quem era.
Tenho que riscar-te da minha vida.
Vou riscar-te da minha vida.
O passado deve ficar lá. O passado-futuro não pode existir.
"Não voltes ao lugar onde foste feliz!" (ouvi um dia esta frase... será que cheguei a ser feliz? ou sonhei a felicidade que queria ter tido? ou o passado é sempre recordado como perfeito porque só guardamos lembrança do que queremos e porque gostamos de embelezar o que foi, afinal foi o que nos construiu.)
O passado não o posso nem quero negar.
O futuro será uma nova página, com letras que ainda não se conhecem, que nunca foram utilizadas. Há palavras que ficam à porta porque ela não as deixa entrar.
Feijoca-atiradiça
Ai a minha vida! Desde o início que digo que a minha S. é uma atiradiça de primeira.
Então não é que agora, já por duas vezes, quando chego à porta do infantário aparece um "amiguinho" das minhas feijocas, o R., aquele que lhes vai buscar sempre os bebés quando chegamos, e ela começa frenética a gritar por ele, estende-lhe a mão, ele vem a correr e entram os dois de mãos dadas na instituição!? E ela nem sequer olha para trás! Só tem olhos para ele! E que olhar que ela lhe lança...
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Os sonhos e a não concretização
O sonho é sempre lindo, a realidade pode não ser, por isso esse medo que nos impede de ir em frente e saltar para o abismo.
domingo, 19 de junho de 2011
O meu grande Saramago
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Respirar
Só volto a pegar nela lá para Setembro.
(Mas atenção, é só do peso da caneta encarnada que me livro.)
domingo, 12 de junho de 2011
Sardinha assada
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Violência na escola

E se de repente sairmos da sala de aula e encontrarmos uma colega completamente aos berros a dizer que um pai a injuriou, empurrou, ameaçou, falou com ela a dois dedos de distância do nariz, desligou sucessivamente o telefone da funcionária que queria chamar alguém da direcção, achamos que estamos na pior escola do bairro mais problemático de Lisboa, verdade?
Mentira!
domingo, 5 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
Super-pai
Enquanto a mamã foi animar a malta inglesa, espanhola, sueca, alemã, dinamarquesa, etc, etc, etc, o papá foi com as cachopas a banhos, diz que correram loucas pela praia, tomaram banhinhos e comeram areia. Depois almoçaram na casa de um "tio-amigo", dormiram a sesta, foram ao parque e só chegaram a casa às 19h!!!
(Sim, havia um ajudante, mas o ajudante também tem uma pimpolha, portanto continua com todo o mérito.)