terça-feira, 19 de julho de 2011

Luta adiada


(Imagem retirada daqui.)

Afinal, parece que não tenho companheiras de luta e isto faz-me lembrar quando tinha oito anos e quis fazer uma revolução na escola primária, já que a professora nos dava estalos na cara cada vez que errávamos alguma coisa e a Maria de Jesus (o que será desta miúda-com-vida-difícil) ficou a sangrar do nariz pela violência da estalada. Recordo a reunião que fiz à porta da escola, apelando à união e revolta contra aquela déspota-agressiva, querendo que também nós a fizéssemos sangrar e vi uma debandada geral, até que fiquei a falar sozinha. Hoje compreendo a loucura da minha tomada de posição, pois, logicamente, não poderíamos pagar com a mesma moeda, mas alguma coisa deveria ter sido feita.
A situação actual tem os seus paralelismos. Há que fazer algo para que as mensalidades não tenham os aumentos anunciados e as minhas supostas companheiras de luta decidiram esperar pelo veredicto individual-pseudo-prometido e não querem embarcar no meu voo de distribuir pequenos panfletos na Festa do Infantário, apelando à união dos pais.
Parece-me que a nossa situação individual só será resolvida se houver uma união, para além disso, não estou preocupada só comigo, mas também com aqueles pais que por vergonha ou medo não falam com quem de direito para reclamar a anulação deste maldito aumento.
E mais uma vez fico a falar sozinha, o que me coloca um problema, avanço com a estratégia individualmente (e, é verdade, posso ter represálias do género, "É melhor procurar outro infantário para as suas filhas", o que com toda a certeza não aconteceria se fossemos muitos pais a tomar uma posição), ou fico à espera que a vice-presidente resolva as situações apresentadas, tal como vão fazer as ditas companheiras de jornada (pensando sempre que não fiz tudo o que poderia ter feito).
Talvez daqui a uns anos reflicta melhor e considere que esta minha tomada de posição é uma insensatez e que ficar quieta foi a melhor solução possível.
Pode ser que sim, o único problema é que eu sou da geração do "Não pagamos", das manifestações, da invasão da reitoria para pedir subsídios, da bastonada que levámos em frente à Assembleia da República, das RGA's concorridas, da demissão de Ministros pela nossa força...
Um dia, quem sabe quando, ficarei curada deste espírito, ou não!

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