sexta-feira, 2 de março de 2012

Destruidoras de livros


As miúdas adoram livros.
As miúdas destroem livros.
O meu coração fica contente.
O meu coração fica apertado.

As miúdas destroem livros, é normal, é triste, é saudável, é mau, é...
Sinceramente não me importo o que seja, o que me interessa é que elas se relacionam com os livros. Há dias em que os veneram e estes ficam intactos, outros há em que só lhes apetece rasgar páginas, mordê-los e sei lá mais o quê. O que é significativo é que elas os manuseiam, os sentem, os vivem e só isso deve bastar. Se gosto de ter livros, inclusivamente meus, rasgados, não, claro que não, mas simultaneamente é uma marca delas. Neste momento, os meus livros de cabeceira estão todos riscados (para além dos meus habituais sublinhados e notas de margem, vício que carrego com prazer desde sempre. Para mim, ler um livro é sublinhá-lo, escrever notas, colocar pontos de exclamação ou interrogação se algo me impressiona, me maravilha ou se não concordo com essa ideia). Um livro não é um museu, não pode ser intocável, tem que ser vivido, experienciado, sentido, tem que ser nosso.
Acredito, sobretudo, na necessidade de criar uma relação íntima com o livro e acredito que apesar desta fase destruidora de livros, o amor que elas sentem por eles acabará por se sobrepor a tudo.

1 comentário:

Sara sem Sobrenome disse...

Eu odeio, repito, odeio que me risquem/rasguem os livros. Gosto de ter tudo imaculado, a cheirar a novo, sem dobras nas páginas nem nada. São completamente intocáveis, os meus livros.