domingo, 29 de setembro de 2013

Eleições autárquicas

Acabei de decidir o que vou fazer amanhã nos meus boletins de voto!

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!
Fernando Pessoa

Votar nulo estava decidido, só estava na dúvida entre escrever nos boletins "Falta cumprir-se Portugal!" ou "Ó Portugal, hoje és nevoeiro.../É a hora!", por isso, hoje, depois de assistir a uma performance de um amigo, decidi perguntar à audiência qual a melhor frase (ou seja, fiz uma espécie de votação, apropriado, não? sem eles saberem qual o objetivo!). Escolheram a segunda opção e então revelei-lhes o intuito.

Ficou decidido.

Amanhã escreverei "Ó Portugal, hoje és nevoeiro.../É a hora!" - será o meu protesto.

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