quinta-feira, 17 de julho de 2014

Eternamente

Um dia, numa estação de comboios, ela disse-lhe:
- Vai ser sempre assim, podemos mudar de rumo, conhecer outras pessoas, sei lá, mas havemos de ser velhinhos, tu careca, eu com o meu cabelo anil e continuará sempre igual.

Ainda não são velhinhos, mas já passaram vinte e dois anos e continua tudo igual. É como se esse passado longínquo tivesse sido mesmo ontem e não existissem barreiras para a ilusão. Sim, eles sabem que tudo não passa de uma ilusão. Se a realidade da pasta de dentes tivesse existido, provavelmente hoje seria hoje sem espaço para o outrora. Mas não aconteceu assim, e hoje, está tudo igual.

Joana Cato

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