segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Férias em Lanzarote

De todas as Canárias, Lanzarote sempre foi a ilha que mais curiosidade me suscitou. Confesso, este sentimento devia-se exclusivamente ao facto de Saramago a ter escolhido para viver. Mais uma vez, o meu querido génio literário tinha razão. Lanzarote é lindíssima. Aquelas paisagens vulcânicas sem fim, aquele mar mais que transparente, aquela brisa ao final da tarde e sobretudo a preocupação pela preservação e embelezamento do património faz desta ilha uma pequena maravilha natural.


Vamos por partes.
1. - Avião
Estava com algum receio do comportamento das minhas feijocas no avião, mas elas portaram-se muito bem. Claro houve uma birrinha (que nem chegou a 5 minutos) na ida e uma no regresso, mas nada de anormal (coitadas das miúdas, passaram duas horas ao colo sem poderem fazer nada, até nós nos chateamos, quanto mais os bebés!).
Dica importante - dar sempre um biberão na descolagem e aterragem de forma a que a criança não sofra com a descompressão.

2. - Hotel
Não era excelente, mas também não era mau, era bonzinho e as pessoas simpáticas... bem, na verdade, seria difícil não serem simpáticas connosco, já que ter gémeos é sempre um motivo de embevecimento e conversa. Todas as pessoas já nos conheciam, cumprimentavam e metiam-se com as miúdas e elas o mesmo. As cachopas fizeram um sucesso, foi o que foi. A I. até arranjou um namoradinho espanholito (ai meu Deus!), passava o tempo das refeições a olhar e a sorrir para ele e a S. teve uma relação de amor-ódio com o nadador-salvador.! Definitivamente temos que comprar duas metralhadoras porque estas miúdas quando crescerem vão ser terríveis! As piscinas do hotel eram de água salgada, o que parecendo que não tem outro sabor!
Nota importantíssima - um dos recepcionistas (giro, mas giro, meu Deus tão giro! embora me parecesse que jogava no outro campo... que pena... ah, é verdade vivemos numa monogamia, não é? passemos à frente) sempre que falou connosco tentou fazê-lo em português e eu amei-o por isso! Um espanhol a tentar falar português é histórico!

3. - Praia
Ai que lindas! A praia em frente ao hotel era uma pequena baía linda de morrer! A água completamente transparente e quentinha. O mar calmo. Fomos conhecer todas as praias da Costa Teguise e eram igualmente maravilhosas. Fizemos aquele passeio marítimo todas as manhãs (e por isso não engordei mais, sim, porque aquele passeio há-de ter uns kilómetros, mais carregar-empurrar o carrinho das feijocas, que não é propriamente leve, sempre deu para abater as calorias ingeridas às refeições. Esta é a parte da qual não vou falar - as refeições e as asneiras que por lá fiz!)

As minhas feijocas adoram praia e areia, é vê-las a gatinhar pelo areal fora, a comer areia, enfim... as coisas habituais!


Dica importante - levar sempre o carrinho dos bebés para a areia de forma a que também os pais, à vez, claro, também possam ir ao banho e apanhar um pouco de sol, enquanto as crianças dormem ou brincam de modo seguro.

4. - Passeios
Alugámos um carro por um dia e conseguimos visitar todos os sítios que queríamos na costa oriental da ilha. Fomos aos Jameos del Água,


Cueva de los Verdes,



Fundación Manrique,



Playa Blanca (com Fuerteventura ao longe)



e Tías, mais propriamente a Casa de Saramago.





Amei todos estes sítios.

5. - Acessibilidades
Desenganemo-nos, não é só em Portugal que as acessibilidades deixam muito a desejar. Para entrarmos no elevador do hotel, nas portas, nas lojas, etc tínhamos sempre que "encolher" o carrinho das feijocas, caso contrário nada feito, isto para não falar das escadas que há por toda a parte o que nos obrigava a levar o carrinho em braços. Exercício físico, deve ser isso, querem que façamos exercício físico, por isso todas estas dificuldades!

E estou sem grande paciência para escrever mais sobre isto. As imagens e memórias ficarão gravadas cá dentro e afinal não foi tão difícil nem tão cansativo ir de férias com as duas feijocas, foi bastante bom até, provámos a nós e a outros que conseguimos, que podemos fazer as mesmas coisas e que ter filhos não é impeditivo de nada, podemos ter que contornar algumas coisas, mas não temos que deixar de as fazer.

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