terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quando eu morrer

Quando eu morrer, não quero que existam apenas palavras insípidas ditas por um padre que nunca me viu ou conheceu.
Hei de escrever um texto para ser lido nessa altura, de preferência será lido por alguém que saiba ler um texto com sentido.
Tenho que escrever este texto rapidamente (nunca se sabe o que nos pode acontecer daqui a cinco minutos) e enquanto não morrer acrescentarei ou modificarei aquilo que for achando necessário.

O mote poderá sempre ser este poema

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza…
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Mário de Sá Carneiro

1 comentário:

Jo disse...

Ainda vai ter muito tempo para se preocupar com isso:)