terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

...

Quando tudo acaba, o vazio que se instala é gelo que fere um corpo já sem sangue.





Sobrevive-se sem cor, sem pulsar, vegeta-se à espera que a presença se dissipe e deixe de habitar um espaço abandonado há muito.





A frustração de não ter conseguido e a certeza de saber que não se iria conseguir persiste.





Há coisas que sabemos que irão acontecer.





... e não conseguir fazer nada para o impedir...





... e perceber a significância do que era insignificante (ou que se desejava que fosse insignificante).





... e o muro que nos atravessa...





... e o quarto insonorizado do ser que se tranca a cadeado imune à vida...





... e não haver nada do outro lado...






O silêncio.
O silêncio que pesa.
O silêncio que é palavra-grito.
O silêncio que corrói.
O silêncio.









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