sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Será do espírito natalício?

Há pouco dei por mim a pensar numa pessoa que há muito me bateu com a porta.

Ela costumava dizer que existiam amigos apenas de nove meses, tempo que dura um ano lectivo.
Eu dizia-lhe que nunca seria uma amiga de nove meses.
Ela, quando tinha novos (ou antigos) namorados, esquecia-se de mim, voltando apenas se algo corresse mal.
Eu estava sempre disponível e esquecia os golpes e birras de menina mimada (até o irmão dela me dizia «Tu aguentas muito!»).
A dada altura namorávamos com dois amigos, e saíamos sempre os quatro, até que, de um momento para o outro, sem aviso prévio ela saiu da minha vida, batendo com a porta furiosamente.
Nunca percebi, nunca me explicou, mesmo com insistência minha.
Todos os anos mandamos mensagens de aniversário e de Feliz Natal uma à outra. Acho que estamos a ver qual de nós se esquece primeiro. Esta situação dura há oito anos.

Hoje, sem motivo aparente, lembrei-me dela.
Se calhar devia telefonar, mas não me apetece. Ainda estou cansada de ela errar e eu ir consertar. Talvez esteja a ser mázinha, orgulhosa, ou outra coisa qualquer. Paciência. Vou apenas pensar nela e mandar telepaticamente bons fluídos. Sempre fiz tudo para que ela estivesse bem e sempre lhe desejei tudo de bom, mesmo durante estes oito anos de silêncio entrecortado por duas mensagens anuais.

Talvez um dia os nossos caminhos se cruzem novamente e eu perceba.
Ou talvez a função de cada uma de nós na vida da outra já tenha terminado e por isso nunca mais nos vamos ver.

O tempo o dirá.

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