De Tarde
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
A propósito deste poema de Cesário Verde, hoje, levei os meus meninos lindos a fazer um piquenique. Quando chegámos ao local, já lá estavam as típicas toalhas aos quadrados, a cesta com maçãs (queria que fosse melão e damascos, mas não houve hipótese) e um suposto "ramalhete de papoulas".
Amei!
São estes momentos que nos fazem ir em frente.
1 comentário:
São pequenos momentos que fazem grandes histórias... ;)
Bjs.
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