sexta-feira, 30 de setembro de 2011
"Fui-o outrora agora"*
Hoje ouvi esta música na M80 (estação dos cotas, já sei!) e de repente estava lá atrás, com um vestido por cima das calças, um lenço na cabeça, as "botas catitas", o "baú", olhos com eyeliner preto e lábios vermelhos. Durante estes dois minutos e pouco fui eu, e reavi aquela liberdade e felicidade de outrora. E lembrei-me de ti, e de ti, e de ti, e de ti, e de ti, e de ti, e de tantos outros que fizeram com que esse tempo tenha sido determinante para a construção do meu Ser e que ainda agora, embora alguns se tenham perdido no espaço e no tempo, continuam Aqui dentro.
*in Fernando Pessoa
*in Fernando Pessoa
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Falha
Todos os dias dizemos adeus à janela e eu faço palhaçadas.
Hoje estava atrasada.
Hoje saiu ao mesmo tempo que eu uma mãe da sala delas.
Hoje elas ficaram a dizer adeus para o vazio.
Quando me vim embora é que me apercebi que com a pressa e a presença da outra mãe, não tinha cumprido o ritual, e o vazio apoderou-se de mim.
Falhei. E esta falha dói-me no coração.
domingo, 25 de setembro de 2011
Adenda ao post anterior
sábado, 24 de setembro de 2011
Consulta dos 2 anos
Eis os números:
I. - 12 kilos e 93 centímetros = percentil 50 no peso e 95 no comprimento;
S. - 12 kilos e 89 centímetros = percentil 50 no peso e quase 90 no comprimento.
Gigantes portanto, eu serei a minorca cá de casa.
Pormenor: tive que ir sozinha à consulta, logo o circo foi montado e aquele consultório parecia uma casa de doidos, mas o ponto alto foi quando eu, a dada altura, depois de ter dito e feito (quase) tudo, disse à pediatra com um tom ameaçador "Posso fazer uma coisa?", na cara dela vi espelhado o questionamento e o medo de que eu fosse espancar as miúdas, e nisto coloco a minha voz setecentista e digo "Oh Brazia, onde é que tu andas filha?" e foi o silêncio acompanhado da estupefação e riso da médica.
Com uma mãe destas, como é que as filhas podem ser boas da cabeça? Impossível!
I. - 12 kilos e 93 centímetros = percentil 50 no peso e 95 no comprimento;
S. - 12 kilos e 89 centímetros = percentil 50 no peso e quase 90 no comprimento.
Gigantes portanto, eu serei a minorca cá de casa.
Pormenor: tive que ir sozinha à consulta, logo o circo foi montado e aquele consultório parecia uma casa de doidos, mas o ponto alto foi quando eu, a dada altura, depois de ter dito e feito (quase) tudo, disse à pediatra com um tom ameaçador "Posso fazer uma coisa?", na cara dela vi espelhado o questionamento e o medo de que eu fosse espancar as miúdas, e nisto coloco a minha voz setecentista e digo "Oh Brazia, onde é que tu andas filha?" e foi o silêncio acompanhado da estupefação e riso da médica.
Com uma mãe destas, como é que as filhas podem ser boas da cabeça? Impossível!
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
À beira de um ataque de nervos

Esteve cá em casa no domingo, 2ª-feira quando cheguei lá estava ela, ontem quando lá cheguei soube que ela tinha lá estado, hoje quando vou a sair de casa estava ela a chegar e acabámos por ir lá as duas. Chamo a isto exagero, obsessão, e fico completamente alterada, furiosa, irritada, fora de mim, sinto que me transfiguro.
Nota - Espero nunca me esquecer para nunca ser igual, é que sem ser por mal, porque acredito que não é por mal, a falta de respeito, o esticar a corda, a imposição da presença, são de tal maneira excessivas que sufocam e minam qualquer tido de relação.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Do show off, pelo mestre
Cultura do espectáculo
Não quero ser apocalíptico, mas o espetáculo tomou o lugar da cultura. O mundo converteu-se num grande palco, num enorme show. Metade da população mundial vive dando espetáculo à outra metade. E provavelmente vai acontecer um dia em que já não haverá público e todos serão atores, e todos serão músicos.
Zero Hora, Porto Alegre, 12 de Abril de 1997
In José Saramago nas Suas Palavras
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Exames IV
Supostamente já estão todos feitos, os imagináveis e os inimagináveis. Relatórios - tudo normal. Excelente.
... mas a verdade é que hoje os sintomas (após um mês de interregno) voltaram, todos, e em grande força.
Parece-me que o diagnóstico final já o sei desde o início.
... mas a verdade é que hoje os sintomas (após um mês de interregno) voltaram, todos, e em grande força.
Parece-me que o diagnóstico final já o sei desde o início.
sábado, 10 de setembro de 2011
Incongruências
Como é que numa escola à beira mar plantada e onde existe uma conduta de indumentária (nada de grandes decotes, nada de alças, nada de ombros muito descobertos, nada de minissaias) tem como passeio de início de ano uma ida à praia com os meninos!?
Acho lindo, temos que ir "decentemente" vestidos para dar aulas, mas depois podemos vestir o biquini e estar na praia a apanhar banhos de sol e de mar com os alunos. SURREAL! Para além disto é de notar que eu não tenho que me expor em frente aos meus alunos, eles não têm que me ver de biquini, certo? Resultado - odeio este passeio de convívio!
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Domingo à noite
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Eu tinha avisado
Na reunião de pais eu avisei que as feijocas estavam terríveis, disse "Elas estão muito piores, acreditem!" e ninguém me ligou, ou melhor a resposta que obtive foi "Ai, esta mãe exagera sempre, coitadinhas das meninas!".
Ontem, quando as fui buscar, os olhares já mostravam algum desespero, "Realmente, mãe, elas vêm mais atrevidas e rabinas. A S. passa a vida a bater na irmã, mas depois também é capaz de não a largar aos beijos!".
Hoje a S. abriu uma torneira de acesso complicadíssimo e molhou tudo e todos os que estavam à sua volta - "Ai, mãe, a S. está mesmo terrível, nós nem conseguimos perceber como é que ela fez isto!".
E só passaram 2 dias, 2 dias.
Cheira-me que dentro em breve me dirão que a S. é hiperactiva (sinónimo de mal-educada, malcriada, teimosa, agressiva, etc, etc, etc. A função de educar é muito complicada, há alguma solução tipo mousse-alsa ou só me resta demitir-me?).
Mulher-a-dias
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Resort 237 - Ilha da Culatra
Depois de ter passado a ponte para lá e sentir aquele aroma no ar e leveza de coração, voltei a passar a ponte para cá o que significa nostalgia e desânimo.
"O que é bom acaba depressa" diz o povo e com razão.
Este ano rumámos a sul e ficámos na Ilha da Culatra. As perspectivas eram, confesso, baixas. Nunca tinha ouvido falar, as informações eram escassas e portanto o medo de ser um fiasco era mais que muito.
Afinal, a ilha era tudo aquilo que eu queria. Pouca gente, silêncio (afectado pelo barulho dos aviões, pois o aeroporto de Faro é logo ali), praia imensa, liberdade para as feijocas (que se deliciaram com as corridas na praia, conchinhas, piscinas, corridas no alpendre, tentativas de "apanhar" gaivotas, etc), água semi-quente, conquilhas (apanhadas por nós e cozinhadas no próprio dia), pessoas afáveis e prestáveis, casinha simpática, peixinho delicioso, e mais isto e aquilo e o outro.
Coisas que permanecerão:
As brincadeiras e loucuras das feijocas: as corridas, as cócegas no pescoço, a contemplação do mar, a ingenuidade de querer dar uma festinha a uma gaivota, as massagens que elas dão nas costas, o desenvolvimento da linguagem, o "tchau-beijo-té manhã" aos aviões, as travessuras, a cumplicidade das manas, ...
A Marília e o Hélio (mãe e filho), donos da mercearia lá do sítio, são o cartão de visita da ilha. Graças a eles tínhamos peixe fresquíssimo sempre que queríamos, ofereceram-nos umas ostras maravilhosas
e até nos ajudaram a levar a bagagem para o barco no seu fabuloso tractor (para além da motoreta de caixa aberta do Centro Social é o único meio de transporte na ilha).
A "praxe" de termos ido parar à ilha da Armona (no último barco) pensando que estávamos a ir para a da Culatra e a terrível viagem de Aqua-taxi que fizemos de uma para outra ilha.
E já acabou. Para o ano há mais (ou não, nunca se sabe). Uma coisa é certa, tendo em conta os objectivos actuais, a minha ilha de Tavira foi destituída pela da Culatra.
"O que é bom acaba depressa" diz o povo e com razão.
Este ano rumámos a sul e ficámos na Ilha da Culatra. As perspectivas eram, confesso, baixas. Nunca tinha ouvido falar, as informações eram escassas e portanto o medo de ser um fiasco era mais que muito.
Afinal, a ilha era tudo aquilo que eu queria. Pouca gente, silêncio (afectado pelo barulho dos aviões, pois o aeroporto de Faro é logo ali), praia imensa, liberdade para as feijocas (que se deliciaram com as corridas na praia, conchinhas, piscinas, corridas no alpendre, tentativas de "apanhar" gaivotas, etc), água semi-quente, conquilhas (apanhadas por nós e cozinhadas no próprio dia), pessoas afáveis e prestáveis, casinha simpática, peixinho delicioso, e mais isto e aquilo e o outro.
Coisas que permanecerão:
As brincadeiras e loucuras das feijocas: as corridas, as cócegas no pescoço, a contemplação do mar, a ingenuidade de querer dar uma festinha a uma gaivota, as massagens que elas dão nas costas, o desenvolvimento da linguagem, o "tchau-beijo-té manhã" aos aviões, as travessuras, a cumplicidade das manas, ...
A Marília e o Hélio (mãe e filho), donos da mercearia lá do sítio, são o cartão de visita da ilha. Graças a eles tínhamos peixe fresquíssimo sempre que queríamos, ofereceram-nos umas ostras maravilhosas
e até nos ajudaram a levar a bagagem para o barco no seu fabuloso tractor (para além da motoreta de caixa aberta do Centro Social é o único meio de transporte na ilha).
A "praxe" de termos ido parar à ilha da Armona (no último barco) pensando que estávamos a ir para a da Culatra e a terrível viagem de Aqua-taxi que fizemos de uma para outra ilha.
E já acabou. Para o ano há mais (ou não, nunca se sabe). Uma coisa é certa, tendo em conta os objectivos actuais, a minha ilha de Tavira foi destituída pela da Culatra.
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