sábado, 13 de junho de 2009

Quem é quem

As coisas que nos acontecem na vida ajudam-nos a perceber o nosso eu e o dos outros - é uma questão de atenção.
Há coisa de um ano comecei a confirmar, aos poucos, aquilo que suspeitava há muito e desde Setembro que a minha certeza é absoluta (cá está a tautologia que nos ajuda nos pleonasmos).

No Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira fala de uns peixinhos muito pequeninos de seu nome Pegadores. Estes têm a particularidade de serem uns parasitas da sociedade que se juntam ao Tubarão por este ser mais forte e os ajudar a comer sem terem que fazer esforço algum. No Sermão, o grande drama destes peixitos é que quando o Tubarão morre, também eles morrem pois não sabem sobreviver sozinhos.
Mas na vida tudo pode ser diferente... Há Pegadores muito inteligentes, daqueles que ao saberem previamente da queda do Tubarão em exercício "se pegam" ao Tubarão que se segue para nunca cairem. Na vida, estes Pegadores são também um pouco Polvo, o mais traiçoeiro de todos os animais, já que os seus tentáculos estão sempre prontos para atacar os mais incautos e inclusivamente atraiçoar o ex-Tubarão se for preciso.

Ontem telefonaram-me a perguntar sobre o grau de confiança de um destes Pegadores. A minha política é sempre que as pessoas descubram por si o que as rodeia. Não pude evitar - "Já tive mais incertezas do que tenho hoje". E a conversa acabou.

A minha avó Rosa (na realidade bisavó, eu é que sempre a tratei por avó) dizia "Muito riso pouco siso" e a minha amiga L diz sempre "Confia, desconfiando". Estes conselhos norteiam muito a minha vida.

Bem, já agora, aqui vai outro chavão igualmente verdadeiro "Não se pode agradar a Gregos e a Tróianos", afinal, quando isso acontece, invariavelmente, alguma coisa não está bem.

Voltando ao Pegador que deu origem a este post. Poucos serão aqueles que conseguirão vislumbrar as suas verdadeiras características e as escadas servem para subir!

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