
Por esta altura já andaria a investigar os campos mais próximos à procura de uma alcachofra lilás, bonita e que prometesse florir depois de ter sido queimada.
Por esta altura já andaríamos a pedir, de porta em porta, objectos usados e indesejados que pudessem integrar os prémios da quermesse, e já estaríamos a enrolar rifas há alguns dias.
Por esta altura já teríamos investigado as obras mais perto para podermos ir "buscar" alguma lenha para as fogueiras.
Por esta altura a ansiedade de chegar à noite de Sto António, e de todas as noites festivas seguintes, era arrebatadora.
Por esta altura já teríamos feito os cálculos para podermos ter sardinhas e caldo verde na noite de S. Pedro e todos os dias eram revistas as imagens dos anos anteriores... o olhar... o sorriso... a vergonha... o ansiado pedido para dançar no bailarico... saltar à fogueira só... e de mãos dadas... queimar as alcachofras juntos e atirá-las para trás três vezes... no dia seguinte, colocar a alcachofra num vaso que estivesse na varanda e esperar e observar a outra alcachofra que estava na varanda da frente à espera que ambas florescessem como prova daquele primeiro amor...
Era assim naquele tempo.
Ontem vi alcachofras aqui ao pé de casa.
O filme passou todo na minha memória.
Tive vontade de apanhar uma.
2 comentários:
Quem é que disse que a rosa era a flor do amor...?
Viva a alcachofra!!
Bjcs
era mesmo assim...também sou desse tempo...
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