terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quando não sabemos separar as águas...


Tenho andado a adiar um tira-teimas importante lá no infantário, tudo porque noutro dia disse, de uma forma subtil, que não deviam ter dado tomate às feijocas, já que esse alimento ainda não foi introduzido e que a Pediatra tinha ido aos arames quando lhe contei, sugerindo-me, inclusivamente, que processasse a instituição! Como a minha advertência não foi muito bem recebida, eu tentei controlar-me e não questionei mais nada... mas hoje não me aguentei!
Não acho normal que as miúdas tenham sempre aceite de bom grado a comida que lhes dou e que após a sua entrada no infantário tenham começado a torcer o nariz, ora comecei a pensar, a pensar, a pensar e cheguei à conclusão que lá deviam pôr sal na comida, só podia ser isso, e hoje não fui de modas, fiz a pergunta fatídica!

E qual foi a resposta?

"Colocamos só umas pedrinhas! A sopa vem sem sal, mas a comida vem com um bocadinho de sal." E assim confirmei os meus receios!
Mais uma vez disse que não queria que as miúdas comessem sal antes dos dois anos, já que esta foi a indicação que a pediatra me deu e recebi de volta a indignação, "porque o meu filho sempre comeu e é um miúdo saudável, e porque a comida sem sal é horrível, e porque já disse para não colocarem tomate na comida da sala de um ano, e agora vou dizer para não colocarem sal, etc, etc, etc".
Eu sabia que isto ia ter aspectos negativos, eu até já estava à espera, eu até já sabia que os dois grandes focos seriam a alimentação e o colo excessivo...

Eu estou a cumprir o meu papel de mãe, quero o melhor para as minhas princesas, aceito, compreendo e defendo os princípios que a pediatra nos incutiu. A questão eterna é que não podemos educar apenas para o Agora, temos que ter uma visão mais abrangente, temos que educar vislumbrando o Futuro.

Nas nossas 24 horas diárias passamos por vários papéis, somos mulheres, mães, irmãs, filhas, amigas, profissionais, colegas, e por aí fora, e por vezes são as portas que passamos que nos instituem esse papel e há locais em que é bom que apenas um desses papéis vigore, aquele que é preponderante, de modo a que saibamos separar as águas.

Acredito que todas as batalhas que vou travar tragam consequências pessoais. É pena, é! Mas não me vou calar. Ali sou mãe, e é exclusivamente como mãe que falo. Tenho os meus princípios educativos que pretendo manter e levar a bom porto. Sei que provavelmente não ganharei nenhuma destas batalhas e que a guerra ultrapassará portas. Tenho pena, tenho! Mas são as minhas filhas, e todas as mães fazem o melhor pelos seus filhos, certo?

2 comentários:

A Minha Essência disse...

Faz sempre o que o teu instinto te diz!

Beijo

Senhor Geninho disse...

Não vais ganhar a guerra??!! Isso é o que vamos ver! Fiz uma lista daquilo que tu precisas: duas fisgas para as feijocas treinarem a pontaria na educadora, pedras com fartura, uma catapulta para elas lançarem os pratos da comida quando tiverem sal a mais e, para entregares à educadora o livro "Os pais é que sabem o que é melhor para os filhos e livre-se de pensar o contrário!"
Para onde é que envio o material? ;»D